postado por Rafaé
E foi daí que eu não pude tomar café. Andei uns 40 metros a mais, até achar o corredor certo. Sou péssimo pra me achar em super mercados. Memorizar a localização dos produtos então, credo. Assim que achei a prateleira certa, o alívio – breve. Logo ouvi um grito que não entendi até agora. Talvez tenha sido um “Au!” assim, sem motivos e nem razões maiores pra existir. Enfim um segundo urro, que ressoou por todas as prateleiras, inclusive a do café embalado a vácuo, que eu já tinha em mãos. A ordem era clara: “Todo mundo no chão, é um assalto!”.
Por ser a primeira vez, fiquei inseguro. Não sabia onde colocar o pacote de café. Na dúvida, deitei com ele. E fiquei ali, sem saber se estava tranquilo, ou em estado de choque – bloqueado. A única certeza é a do aroma daquele assalto: café. Ali, de baixo para cima, havia umas treze marcas diferentes pra café, dispostas de acordo com algum critério que desconheço.
Foram cinco minutos. Vi pouca coisa, beirando o nada. Apenas ouvia: “Cadê a carteira?”, “Agora o relógio”, “O dinheiro do caixa, põe na sacola!”. Uma constantemente repetida era: “Calma, ninguém vai se machucar”. Sei.
Enfim o silêncio. Ninguém queria ser o primeiro a levantar. Mas aos poucos até eu estava lá, com meu café tipo exportação. Os caixas não funcionavam, por motivos óbvios. Não pude finalizar meu único objetivo ali naquele lugar. Com uma certa desilusão, deixei o produto (que já era um pouco de mim) ali, junto a chocolates e revistas. Por isso vim embora, espremi uns limões e aqui estou, já com sono.
Se fez “au” não seria o Frank? rs