postado por Rafaé.
Minha vida é assim mesmo. A rotina é presente e constante, como toda rotina que se prese deve ser. Minhas coisas não dão pra contar nos dedos, porque não os possuo. Na verdade, nada é meu. Mas ainda assim, essa mania de encarar as coisas como minhas não me abandona – tal qual a rotina.
Tudo é grande, enorme e pesado (não que eu seja pessimista). Mas minha função é encarar tudo isto e levar o melhor pra ela, minha rainha. Olhando aqui de baixo, tudo é meio igual, desinteressante. Algumas coisas até prendem a minha atenção, mas prefiro continuar concentrado no meu vazio.
Gostaria de ter pernas maiores, como a deles. Meu fardo, mesmo pesado, seria carregado com muito mais facilidade. De que me adiantam seis pernas, se mil passos dos meus são menores que um deles, com apenas duas delas? Mas eu já me conformei com minha rotina e a insignificância dessa minha vida
pe
sa
da.
E continuo trabalhando, pois não sei cantar.