Quem Sou Eu? 11 1057

postado por Marcola.

Abandonando a fase babaca dos meus posts anteriores, por ver que não faz diferença se forçar a ficar mal por causa de coisas que não valem a pena, volto para a atividade com um enigma, porque confio na inteligência das seis pessoas que lêem este blog. E mais que isso, gosto dessas seis pessoas, cujos nomes não cito por questão de respeito à preservação da identidade, e tal. E eu li estes dias, e pensei muito sobre, que é perigoso olhar para o abismo durante muito tempo, porque ele vai começar a olhar para você também. Mas eu juro que foi um exercício literário bastante divertido, o de tentar parecer sombrio. Não é culpado aquele que fala com o coração, né?

Enfim, aqui está o teste:

Decifra-me, ou te devoro. Se você for mulher, claro. Moro aqui, mas vim de longe. Não longe a ponto de me forçar a esquecer do meu passado e de minhas origens, porque sou orgulhoso por demais das coisas da minha terra. Nunca me adaptaria a uma vida aqui. Não completamente. Não gosto da cidade em que vivo e reservo desprezo especial pelos moradores do sexo masculino, por enxergar em suas atitudes vacilos constantes. Todos vacilões. Tentam, noite após noite, repetir meus feitos, rastejando pelas minhas pegadas, procurando satisfação imediata onde já conquistei e proporcionei satisfação antes, porque este é o meu estilo, e é isto que eu faço de melhor. São vermes, todos eles. Intensamente trabalho nas questões do meu corpo, porque acredito na máxima oriental de que é necessário viver através do equilíbrio. Ocupo meu cérebro com raciocínios complexos, rápidos e incessantes (curto também verbaliza-los), então nada mais justo que dar ao meu corpo a mesma dedicação. E que dedicação dou ao meu corpo! Certamente que é muita, que quem me vê sabe. Ocasionalmente invejam-me também. Quer dizer, sempre me invejam.

Quando saio pelas noites, meus resultados afetivos são no mínimo lendários, se é que a afetividade pode ser medida em números. Mas também, com a quantidade de vacilões que encontro e com a quantidade de mulheres loucas por mim, nada mais natural que obter resultados satisfatórios no campo das conquistas. Ah, e por falar em natural, gosto muito da naturalidade das coisas. Porque é assim que tudo tem que ser. Natural. NA-TU-RAL. Entenderam?.

Curto muito RAP, e é através dele que expresso as tristezas e alegrias da minha vida e exponho minhas opiniões sobre as coisas. Expresso-me, aliás, com freqüência que deixaria qualquer jornalista que escreve todo dia, ou médico de pronto socorro que faz suturas toda noite, de cabelo em pé. Tenho opiniões sobre muitas coisas, muito embora quase todas elas sejam totalmente autocentradas. Aprecio a idéia do culto ao ego, elevando-a a categoria de arte, portanto me amo mais que tudo. A paternidade me acometeu há pouco tempo, mas forjaram a minha morte, para inventar uma menina órfã. E isto quando eu continuo aqui, mais vivo que nunca, pegando a sua mulher enquanto você está na lan house mentindo sobre eu ter morrido, vacilão. Aliás, pegando a sua mulher, a sua irmã, a sua vizinha, a sua amiga, a sua inimiga, a sua sogra, a sua neta, a sua avó, a sua prima…

E este é o mistério! A sétima pessoa que identificar de quem estou falando ganha um pôster autografado do Tokio Hotel, um do Cine, um do Restart (com camiseta da banda nesse caso), um do McFly, um do Simple Plan (que gentilmente cedeu dois pôsteres para a premiação), e uma foto de algum integrante do The Darkness nu! (ainda bem que são só seis leitores, porque eu não queria me meter nessa coisa da foto, e tal).

Auto citação mode on: “E fodam-se todos eles!”

Beijos, a todos hoje! Que são poucos os que merecem, mas eu não quero morrer com tão poucas pessoas ao meu redor na cama de um hospital qualquer! Já que não conseguirei uma cama no Albert Einstein de SP, que seja uma cama mais ordinária, mas cheia de gente alegre, ao menos!

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11 Comments

  1. só faltam 5 pra eu ganhar um pôster autografado do Tokio Hotel, um do Cine, um do Restart (com camiseta da banda nesse caso), um do McFly, um do Simple Plan (que gentilmente cedeu dois pôsteres para a premiação), e uma foto de algum integrante do The Darkness nu!

    e eu digo é o Rodrigão, vulgo ombros de água

  2. há!

    eu sabia que vocês iam adivinhar, caras!

    EU SABIA!!

    E AGORA, O QUE FAÇO PRA DAR ESTES PÔSTERES, QUE NÃO EXISTEM!?!?

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Distante das Linhas de Nazca 0 1274

Thiago Orlando Monteiro

Alguns vazios aumentam sempre que tentamos preenchê-los. E geralmente, porque tentamos preencher com algo que não nos cabe, ou no mínimo não nos pertence.

Não há muito que se ver aqui em cima. Menos ainda há o que se orgulhar. O cinzeiro está transbordando de cigarros. Por cima da mesa são quatro maços vazios e mais um pela metade. Tem outro vazio que não dá pra ver, embaixo do sofá, mas isso é sobre outro dia. As latinhas de cerveja entulhavam a mesa de centro até agora pouco, agora só restam sete, as outras estão sobre a pia. São quatro e meia da manhã, não há mais tempo de se arrepender de nada.

O fluxo de ideias vem numa vertente capaz de mudar o curso de um rio. São dois furacões que espalham tudo o que acabaram de criar. Instantes após o caos a calmaria tenta se fazer presente. Mas não. Esse tipo de sentimento não é bem-vindo, não agora. O cartão de crédito transforma a pequena montanha em linhas. Tudo começa novamente. E só acaba um grama depois.

Nossos impulsos ruem nossa integridade. E como costuma acontecer, ruínas geram ruínas.

O nascimento do sol enfim consegue barrar o curso desse desastre natural. A sensatez, rara nessas condições, permite que três latas de cerveja descansem na porta da geladeira. Um banho quente ajuda a relaxar o corpo. Mas agora, nada é capaz de parar a mente. Já debaixo do lençol o coração bate como uma britadeira. O medo da vida toma conta outra vez. É curioso como tudo sempre lembra o seu contrário. Minha maior vontade era de não estar aqui. Perto de tudo o que me corrói e tão distante das linhas de Nazca.

Escrito pelo Gabriel Protski

Ilustrado pelo Tho

Carta a Hunter S. Thompson 0 1212

A temporada de futebol americano ainda não acabou. Ainda faltam bombas. Faltam andanças. Faltam confusões. Ainda falta muita diversão. Que venham mais 67. Mais 17. Que apenas venham. Mesmo que doa. Mesmo que canse. Mesmo que seja obrigado a conviver com o gosto de cloro. Talvez isso não seja plano para mais ninguém. Não importa. Que sigam os jogos, a temporada está só começando.

 


 

Carta de suicídio de Hunter S. Thompson:

“A temporada de futebol americano acabou.

Chega de jogos. Chega de bombas. Chega de andanças. Chega de natação. 67 anos. São 17 acima dos 50. 17 mais dos que necessitava ou queria. Aborrecido. Sempre grunhindo. Isso não é plano, para ninguém. 67. Estás ficando avarento. Mostra tua idade. Relaxe. Não doerá”

 


 

Gabriel Protski