postado por Rafaé.
O peso destas palavras será sentido por poucos. Provavelmente por ninguém, além de mim. Nestas horas eu me deparo com a limitação das palavras (ou minha). O momento, quando vivido, teve seu universo indivisível, onde nada se podia fazer, a não ser sentí-lo em sua totalidade. Agora, tentando o retratar, diversas versões surgem. Milhares de interpretações. Todas estas possibilidades, isoladas, resultam em diferentes versões para aquele único e sublime acontecimento. Mas elas juntas, como estiveram, resultaram em uma única verdade, que só faz sentido a quem a viveu.
O grande defeito dos contadores de histórias é acreditar piamente que sua versão é a correta. Quando na verdade, nunca conseguiremos interpretar e reproduzir o que realmente aconteceu, com suas subjetividades e irracionalidades. Não estamos preparados para admitir o que não se pode definir. Por isso eu, mesmo admitindo que não se pode retratar com fidelidade, tento aqui definir algo – o indefinível.
Se as palavras fossem capazes de ilustrar a sensação que eu tenho daquele momento, este texto estaria embebido em Oxitocina. Mas, pensando bem, não há a necessidade de reproduzir (em palavras) um acontecimento que tricotou com o irracional em toda a sua existência – questionada inclusive pelos envolvidos.
É. Talvez você tenha desperdiçado o seu ocioso tempo, chegando com sua leitura até aqui… Mas fique tranquilo. Eu já perdi muito tempo da minha vida lendo coluna social.