Postado por Marco Antonio, o mártir do Movimento Internacional Pró – Bobagens Sem Sentido. Heróico, morreu em batalha.
Pessimismo é questão de ponto de vista para o otimista e de realismo para o pessimista. Defina qual escolha lhe agrada mais, amigo. Faz o que queres que não gastarei tempo observando o desenrolar patético da sua vida. Os acontecimentos banais do seu dia não significam nada para mim. Os que você considera importantes para mim são piadas fracas. Mas, numa boa: vá bem, pela sombra e no seu caminho. Talvez você mereça a tão sonhada paz de espírito. Vai saber. Sei que eu queria merecer a minha.
Assisto a algumas coisas, na televisão do cotidiano. O demônio me força, afinal. Há, no entanto, neste filme algo que não é comum. Pelo contrário. É estranho, sinistro, bizarro, enfim, essas coisas que sugerem desconforto. Claro que é por isso que a história me interessa.
O SORRISO, amigos. Aquele um. O filho da puta não para de sorrir. Eu tenho vontade de socá-lo na cara até ele perceber que não tem nada divertido acontecendo entre nós, pra esse sorriso imortal violentar meu campo de visão. É alegria gratuita, gritante, agressiva, ostensiva, baseada em porcelana, de plástico. Sem razão de ser, enfim. Violenta minhas manhãs com demonstrações de um entusiasmo bobo de quem se diverte enquanto caio de parede em parede me escorando pra tentar enganar o sono. Nunca ganho, nem do sono nem do sorriso. Ele me persegue. Basta abrir os olhos, que lá está ele. Quando paro de fugir e acho que estou em segurança, em minha redoma cósmica de tristeza, ele ressurge. Persistente, mas não virtuosamente falando. É desgraça completa. Maldição pouco dotada de grandeza. Sequer de comicidade, como bem citado por Murilo “Medievo” Lense. O safado deve achar que eu tenho cara de palhaço pra agüentar alguém rindo assim de mim sem conseqüências sangrentas.
Aquela porcaria de sorriso suja as ruas da zona norte de Curitiba. Nada é igual pra cima do Centro Cívico depois de uma experiência péssima como esta. Assistir àquele sorriso é como ter a alma esfaqueada sem saber o motivo. Ou coisa pior.
Enfim, era só para registro nos altos. Odeio a gratuidade da coisa, está claro. Aquele sorriso joga na minha cara que eu devia me divertir com coisas pequenas. Há! Quem é o canalha pra se meter com o que devo eu ou não fazer? Ninguém! Ninguém!
Mas isso também é questão de ponto de vista.
Vai chegar o dia em que irá sorrir para os vermes, vai sustentar essa alegria gratuita para a face daquela que nunca acha graça. Nesse dia até nós subiremos o centro cívico sorridentes, e quem irá nos compreender?
AUHeuuhaeuhauhuahuaehuae…bem dessa, manolo doidão!