Postado por Marco Antonio, o reminiscente.
1978 por dois motivos. Primeiro porque era o ano corrente. Segundo, para ilustrar o quanto 01 e 02 tentaram conversar, na época. Nada sei sobre o presente de ambos. Depois destes anos, perdemos contato. Mas o que importa é que em 1978 era assim. O Sex Pistols acabou, o descanso eterno de Charlie Chaplin foi interrompido por violadores de tumba, e 01 e 02 passaram por mais uma de suas crises. A penúltima que presenciei. 33 anos depois do começo dos conflitos, tudo deve estar diferente. É que o tempo passa. Mais rápido para alguns, mais lento para outros. Relativo. Quem vive intensamente não conta o tempo em termos de horas. Não fazem isso nem os que vivem com imensa alegria, nem os que sofrem demais. Nem se preocupam.
01 diz, fingindo ter uma força que não tem:
– É que não tem como te completar, sabe? Eu não quero isso pra mim.
– Eu nunca pedi pra você me completar. Eu só pedi pra você ficar por perto enquanto eu tento.
Meia hora e outros pensamentos soltos depois, 01 continua, feliz como só.
– E como você veio rápido! Era tanta assim a vontade de me ver?
– Era sim. Você sabe que pra eu vir correndo é só me chamar. E eu sabia o horário do ônibus, também. Isso ajudou bastante. Deu o quê? 12 minutos no relógio?
– Por aí.
– Contei de cabeça. Cada segundo.
– Mentira. Mas é assim que as coisas são nesses dias, né?
– Cheias de mentiras?
– E de vontade de me ver.
– Acho que é. Deve ser alguma coisa que a Sanepar coloca na água, né?
– Só pode.
– Viu…Você ainda quer a melhor coisa de mim? Tipo…o meu melhor? O melhor que eu tenho da minha melhor parte?
– Provavelmente não…Não sei… Pode ser.
– Então pega o meu coração e não devolve.
– Ah. De novo não. Sério.
– Tá bem.
– Tá bem mesmo.
Nos vimos posteriormente no funeral de um amigo em comum, no casamento de outros amigos, e no Natal. Não lembro qual era o cardápio ou o champanhe que serviam, mas isto é de menor importância. Depois, somente em 1979.
E não diga “desta água (a da sanepar) não beberei”