postado por Rafaé
Lúcio teve sempre a derrota em sua vida. Seu cotidiano sempre marcado por sacadas inúteis e decisões erradas. Se aparecia um leque de possibilidades tentadoras, batata, ia direto na paleta menos favorável ao seu sucesso. Não era piada entre os amigos, pois não os tinha.
No amor, não podia ser diferente. Não chegava a ser feio, mas sua destreza com o sexo oposto era o suficiente apenas para as meninas da escola sentirem pena dele. O que de certa forma acariciava o ego de Lúcio, que escapava frequentemente das surras-jovens-escolares.
Tá. Não sejamos injustos. Lúcio já teve uma namorada. Só sua. Me falha o nome, mas não era dos mais modernos. E como o sucesso não combina muito com suas atitudes, no dia em que sua namorada o traiu, antes mesmo que ele recuperasse o fôlego da notícia, já veio a ordem do despejo amoroso. É, isso mesmo. Traição seguida de pé na bunda (isso deveria estar previsto no Código Civil!). Nem o gostinho da fúria ele pode sentir.
Talvez, melhor assim. Imaginem só: Traição, pé na bunda e surra da mulher. Haja azar. Talvez demais.
Sim, porque é o Lúcio, mas o sol também nasce pra ele – nem que seja por uma insolação.
Como é belo sentir uma certa “identificação” com o Lúcio…