Um provérbio de Letícia França, a mulher que detém o conhecimento.
E antes que eu me esqueça, a velha insanidade não morreu. Ela continua nas estradas e nas madrugadas bêbedas de alguns jovens. Flutua pelas marolas enquanto a música ainda toca e faz o companheiro adormecer, enquanto alguém se ama na beira do mar.
É nessas horas que a saudade da ingênua maturidade aparece. Saudades dos momentos de risadas eternas e seduções baratas misturados com discussões sobre política e religião. E em meio a tantos goles um pouco de luta e sonhos vão se desvendando. Há saudades das garras de meninas mulheres que não se cansam de apanhar da vida e ainda encontram tempo para gozá-la ou gozar, como queira.
Quando as conversas ainda são sobre os outros e o medo da solidão se parece ao daquelas garotas que esperavam na janela o soldado para fisgá-lo e casar – deve ser bom se realizar numa cozinha – eu continuo pensando na ingênua maturidade que invade pensamentos insanos em plena segunda-feira e faz com que criaturas trabalhem nos feriados ou sambem aos domingos.
E antes que eu me irrite e mande todos aos seus devidos lugares, a vontade absurda de andar pela rua durante a semana para caçar dotes me enjoa. E o passado é lembrado como se fosse o presente. Sim, é nessas horas que nada faz sentido, pois o que sobrou de alguns capítulos foi a velha insanidade. Nada mais.