Postado por Marky, o Anthony
– Mas vai que existe mesmo essa coisa de destino, mãe! Tipo, como se tivesse alguma coisa bem legal prevista pra acontecer a qualquer momento, sabe? E tipo…cada momento que passa parece tempo perdido, de um ponto de vista, mas é ao mesmo tempo um quilômetro a mais que você anda na estrada, esperando o atropelamento, sabe? Você já foi atropelada, assim, mãe? Por uma emoção forte demais, que vem do nada? Alguma coisa que dê pra sentir de verdade, sabe? Aconteceu isso com você quando você conheceu o pai, por exemplo? Desculpa perguntar, mas é que você nunca diz nada sobre essas coisas, daí não tem como eu saber. Eu acho que eu tô apaixonada, mãe. É até esquisito de falar sobre isso.
– Primeiro: ninguém anda por uma estrada esperando um atropelamento, filha. Segundo: se existe essa coisa de destino não importa. O que importa é não ter certeza. O mito dessa coisa de missão cósmica é divertido, e tal. É importante, porque não dá pra ter certeza se é tudo mentira, ou se é tudo verdade. Por exemplo, se você soubesse que tudo isso é mentira, que tudo que acontece é uma construção que você arma dentro da própria cabeça, e que não tem nada de especial pra acontecer na tua vida no futuro, do mesmo jeito que não acontece nada de especialmente interessante agora, o que você ia fazer?
– Primeiro: você não sabe com certeza se existe ou não alguém que anda pela estrada esperando um atropelamento. Você não conhece todas as pessoas do mundo. Segundo: eu não gosto quando você fala assim comigo. Você passa a impressão de que não acontece nada de legal na minha vida, e que a tua tá sempre cheia de coisas loucas e divertidas acontecendo. Como se você fizesse mesmo alguma coisa muito legal com o teu tempo. Você não faz nada e fica descontando essa amargura em mim. Licença médica no trabalho não devia servir de desculpa pra me tratar assim. Você não devia fazer isso. Machuca.
– Eu não faço isso pra te ofender. E, na verdade, eu não tô usando a licença pra te tratar mal, porque eu tenho mais o que fazer na vida. E tem também que você não pode falar que eu tô mentindo. Não acontece mesmo nada de importante na tua vida, filha. Você tem 19 anos e ainda não sabe nada das coisas. Mas você vai saber, um dia, e nesse dia eu fico conversando com você até às 5 da manhã sem problemas, mas isso outro dia, que hoje eu quero dormir, e só. E desculpa qualquer coisa. Se parece que eu tô brava com você, desculpa. Deve ser o sono. Eu nem tô ouvindo direito o que você tá dizendo, sabe?
– Deve ser o meu telefone, mãe. Já me disseram hoje que tá um pouco ruim de falar comigo, que tá chiando. Eu tentei ligar hoje cedo pro…
Filhos. Vocês sempre querem escutar o conveniente. Não sabem escutar um não. E juram que o amor que vocês sentem é o maior de todo o mundo. que a emoção que vocês sentem é a maior de todo o mundo. que a aflição que vocês sentem são a maior do mundo. sério, filhos, vocês acham que o mundo gira em torno de vocês. filhinhos, filhinhos…
Hahaha…grande Lelê, a matriarcal!
Hein…cadê suas novas colaborações, filha?
HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEIN?
Tá na cabeça da mamãe aqui , NENÉM! Háááá.
e digo mais: essa juventude é muito apressada!
ejaculação precoce. Da juventude, porque eu sou velho.