postado por Rafaé, o Sansão careca
Papel e caneta em mãos. Nem lembro da última vez que tive esse contato. A ausência de beleza na minha letra foi substituída por Verdana ou Arial – geralmente em tamanho 11.
Mas agora não tenho alternativa. As ideias terão que caber nestas linhas estreitas. Cadê o meu tão confortável espaçamento duplo?
Aliás, a confusão das ideias começa quando as tento organizar e escrever. Afinal de contas, ideia ainda tem acento? Saudades de você, corretor do Word!
Olhando para as linhas anteriores, até sinto vontade de mudar…
Recortar e colar.
Recolar e cortar.
…mas me faltam as ferramentas.
Se eu pudesse recortar aquele conhaque da noite de ontem, como estaria meu estômago agora?
E se eu tivesse dado mais ênfase quando me declarei a ela? Sei lá. Talvez um negrito, ou itálico. Teria conseguido o beijo já imaginado tantas vezes?
Estou viciado em ferramentas eletrônicas.
É sempre difícil reconhecer um vício e tentar sobreviver sem ele. Vem daí a nossa dificuldade em lidar com rompimentos.
Mas para essas abstinências existe a fluoxetina, pois a cura de um vício está em outro. Acho…
Tenho pra mim que sou viciado em vícios.
Acredito que sou viciado no fluxo, em permanecer nas coisas. Às vezes um empurrãozinho inesperado de fora e tudo pode mudar.
Abrass
somos dois.
Fluoxetina?
licença poética, beibe! RÁ.
Rá! texto fantástico!