postado por Rafaé.
Na praia tentei caminhar até a exaustão, com a garantia de que voltaria sobre meus próprios passos, mas a maré subiu e me afoguei.
Sempre caminhei buscando o limite das estradas. Nunca me saciei enquanto não sentia o limite – geralmente excedido. Lembro de uma vez com ela. Na praia, sempre lá. Fomos ao final das pedras, uns trinta metros adentro do mar. Chegamos lá, onde não existia o além. Ali era o auge, o máximo.
Permanecemos em silêncio, pois sentíamos o que aquilo representava. Dali não iríamos a lugar nenhum. Teríamos que voltar, retroceder. Lá ficamos até o frio nos convencer do regresso. O diálogo já era escasso. A cada “mas” ou “então” que eu investia, ela respondia com – ao menos – um “porém”.
Retornamos até a areia e ali, como quem compreende o significado de mais um limite excedido, cada um foi para o seu lado.
Na praia, já exausto, eu caminhei.