Presenciado e postado por PAPAI MARCOLA
Sônia, professora da quarta série do primário de uma escola de Curitiba, é interrompida durante uma explicação sobre pronomes por um aluno um tanto estranho. Menino este que sempre apresentou comportamento digno de atenção. Ou de medo, como diriam alguns colegas. Vocifera o garoto:
– Tua alma a mim pertence!
A moça sempre odiou ser interrompida durante o cumprimento de sua profissão, mas está preparada para a discussão, portanto responde, quase latindo também:
– Tu és o legítimo filho de Satanás! Saia de minha classe!
– Tua estirpe não vingará! Futura destinatária de mil maldições!
– É maior maldição a sua presença em minha frente! Maior ainda que suas vis ameaças.
Aqui o tom de voz desce em alguns tons, como se estivessem de fato os dois argumentando sobre algo:
– Eu não faço ameaças. Faço, sim, aviso sobre futuras atitudes. E o futuro a que me refiro pode estar próximo. Saiba!
– Tome então suas atitudes, alma condenada. Comece logo, que a vingança dos céus virá a cavalo!
– Talvez o que me acompanhe seja um cavalo morto, desdentado, e de aspecto pútrido, que, após me encontrar lhe proporcione ao menos uma das desgraças que os bravos cavaleiros descritos no livro das revelações, o Apocalipse, trarão. E neste caso os cavalos ou cavaleiros não me farão mal algum. Pois Peste é o meu nome do meio, tola.
– Tu cometes o erro da Caim. Inveja o que hipotéticos cavaleiros poderiam fazer, ao refletir e admitir que a saliva satânica que te protege não poderia causar-me efeito algum. Pois comigo está Jesus, e todos os demais justos do cosmos.
– Não estaria o agora o nazareno entre os mortos, tola? Sim! Lá está ele.
– Não sabes o que dizes! Tenta incutir-me dantescas visões do inferno, sem saber que o manto divino me protege e me segura na sanidade! Mas se o meu corpo me detém para não usar de violência contra ti, minh’alma está em polvorosa a fim de matar-te, canalha!
– Pensas em violência física? Não mais argumentará? Pois digo-te a ti que sinto-me então como Napoleão neste momento! E repito as palavras do General: Vim, vi, e venci! Padecerá de incessante sofrimento sob o meu domínio, e o de minhas palavras e maldições.
– Criticas a minha postura, enquanto tu mesmo apóia-te em duvidosos argumentos para agredir-me.
Os demais alunos da sala estupefatos pela cena. Imóveis. Uns poucos chorando. Todos atentos. E segue o baile:
– Duvidosos argumentos? Pensas que Bonaparte, o Magnânimo, é fonte duvidosa? Direi-te a ti agora, que, se não tomares prumo terá como tortura, quando estiveres no inferno, poderosas sensações. Inicialmente preencherás a boca de Cérbero, promovendo-lhe alimentação, com suas podres carnes, para depois saciar a sede do demoníaco cão com seu não menos roto sangue. E quando a sessão de lancinantes dores acabar, reiniciarar-se-á uma, duas, e mais vezes. E assim será, durante a eternidade, e na eternidade depois desta. Pois assim eu determino! E comigo está Satã, ou Lúcifer, o mais belo e habilidoso de seus malditos anjos.
– O caído nos trouxe a desgraça, mas nem por isso sua influência má tira do Senhor do céu e da terra um décimo de poder sequer.
– Senhor dos céus e da terra? O seu Senhor domina os céus e a terra? Tens certeza?
– Tenho certeza, e mais que isso. Certeza calcada em verdades, e segurança em minhas observações!
– Explica-me, então, a queda de Gomorra e de Sodoma! Diz-me, e a todos nós quantos morreram em vão em nome do seu Senhor, em fogueiras, durante a história!
– E quantas almas o seu Lorde arrematou de forma cruel? Diz-me! E a todos nós! E citas exemplos de desgraças descritas na Bíblia? Como te atrever, sodomita maior?
– Sodomita maior? Então conheces o meu passado?
– Conheço bem a tua laia, e de tudo faço para a mim e aos meus longe da tua influência. Pois tu exalas o excremento da cloaca demoníaca pelos seus poros. Se a culpa e a vergonha dilaceram-te por dentro, tu disfarças, mas eu sei tudo sobre ti e os teus! Sei de antigas histórias a seu respeito! A idade lhe é pouca, mas não o número de lendas escondidas sobre ti, maldito!
– Mentes! Pensas que sabes! No máximo desconfias de histórias minhas! Ouviste falar sobre fatos e atitudes que empreendi, mas só em superficiais substratos. Contigo não mais me irritarei! Não ouvirei mais as suas asneiras e calhordagens nem mais um minuto, pois é sabido que quem muito fala, como o fazes, nada faz no plano das ações! Vive envolto em sombras de pensamentos, mas, sou eu e os meus que confortáveis sentimo-nos nas sombras.
– Suas sombras, em que te envolves, me incomodam sim! Mas, é como eu disse, psicopata menor, e agora reitero: Comigo está Jesus, e as luzes que exalamos cegam os seus monstros e demônios…
E continua. Porque este é o tipo de diálogo que sempre continua.
Depois do diálogo dantesco e animal entre Roberto Jefferson (um Lican) e Zé Dirceu (filho espiritual de Vlad Tsepesh) na Cpi do Mensalão, não duvido de mais nada!!
E Bob Jefferson arremata Zé Dirceu:
– Não me provoques, Zé!! Jefferson (Lican) e Zé Dirceu (filho espiritual de Vlad Tsépesh) na CPI do Mensalão, naõ duvido de mais nada!!
O Lican diz ao Vampiro Brasileiro:
– Não me provoques, Zé!! Pis você desperta em mim os instintos mais primitivos!!
Abçs!!