Postado por Marco Antonio, o Breve
Sou viciado em cotonetes. Viajo bastante a trabalho, portanto, sempre tenho uma caixinha na minha necessaire.
É aquilo. Tão simples como pode ser. Acordo num hotel qualquer, lavo o rosto, tomo café. Deixo o melhor para depois de escovar os dentes. Bato todas as minhas metas comerciais, que nesse tempo de recessão é necessário para manter o emprego. Ainda mais importante, se analisa-se a minha área de atuação profissional, e com quais mercados trabalho. Mas a primeira vitória do meu dia consiste em limpar muito bem os meus ouvidos.
Através deste pequeno ritual sinto revigoradas todas as minhas forças para viver.
É. É isso mesmo.
Há quem afirme que o que energiza o homem médio é comer e dormir bem. Quanto aos considerados sofisticados, ouço rumores sobre algo relacionado ao poder da arte e da harmonia das coisas, combatendo o caos interno de tais nobres pessoas. Muito bem. A minha energia diária nasce quando limpo as orelhas pela primeira vez, costumeiramente próximo das sete e meia da manhã, fortalece-se às catorze e trinta, pouco depois do almoço, e quando vou dormir tenho em mim o vigor de um big bang humano correndo sozinho pela faixa de Gaza, provocando todo mundo, depois da terceira sessão de plástico e algodão.
Seis bastonetes por dia. Quarenta e dois por semana, cento e sessenta e oito por mês, dois mil e dezesseis por ano. Só para ilustrar a minha pequena paixão com alguns dos números da minha vida. Nada entendo de numerologia, mas, se entendesse, certamente identificaria estes como especiais. Já o faço sem compreender a matéria. Quanto mais não faria se soubesse algo sobre.
Meus amigos dizem que larguei os cigarros e contraí outro vício para substituí-los. Em se tratando de opiniões, tudo bem. Mas não vejo a questão dessa maneira. Seria simplório admitir enunciado tão raso como representante de conceito verdadeiro. Qual o problema em querer estar com as portas de entrada da audição prontas para aproveitar o espetáculo, geralmente musicado pelo mero existir, da vida ideal? Me responda, se há resposta relevante para a questão, por favor. E é uma questão intrigante, sem dúvida.
E, no mais, é o que disse o sábio. Se não disse, digo agora. Pode colocar essa no meu nome, se Confúcio, Aristóteles, Shakespeare ou a Bíblia nada pronunciaram a respeito. Ouvir é muito mais importante que falar. Falar é uma porcaria geralmente contraproducente, se você tem algum objetivo, enquanto que ouvir é divino. E ponto.
“falar é uma porcaria geralmente contraproducente.”e vc ainda quer que eu comente???? kkkkkkkkkkkkkkk
johnson & johnson forever !
Cara, fico impressionado de ver a qualidade da literatura que você produz aqui. Tá na hora de levar isso para suportes menos ingratos, hein?
Abraço!
Tenho que concordar com o Yuri. Você está se superando a cada dia, cara. Um ótimo texto, e muito bem escrito.
(mentira, o texto tá bom pra caralho, Marcola!)
ah, amigos… muito bonito tudo isso e tal, mas CADÊ O COLOMBO PARTE 2???
hahahaha… boa karkao! acho até que a gente podia começar a mandar emails pro colombo, pedindo a segunda parte!!!
ps.: ele ainda nao respondeu.
Eu também quero a segunda parte, pô!
Quem não quer amigo?
Quem nao quer …
Não me sinto mais só após ler tal relato. Que bom que mais pessoas compartilham do mesmo vício que eu e não são ridicularizadas. haha