Postado por Marco Antonio, o da auto sabotagem
Casamento coletivo em cartório de Curitiba. Duas das noivas conspiram entre si sobre o futuro. Planos provavelmente impublicáveis. Talvez não. Elas mantêm as aparências durante o evento de comemoração, que ocorre em uma churrascaria de preço honesto localizada em uma rodovia, “mas amanhã há de ser outro dia”, como de fato será.
Trocam olhares durante o jantar. Olhares maliciosos, funestos. Algumas lágrimas falsas, que lembram antes um rio de veneno que um sinal de contentamento extremo, escorrem dos olhos das moças. Os agora maridos estão obviamente envenenados.
Música, dança, banda de qualidade questionável, perspectiva de ressaca, brincadeiras com e sem graça, taças erguidas, buquês jogados, crianças adormecendo pelos cantos. As conspiradoras conversam no banheiro, acertando detalhes, repetindo algumas palavras que não entendo a esta distância. Talvez seja algum tipo de mantra. Nuvens sujam o céu da noite em pouco menos de vinte minutos. A chuva começa a cair, de forma crescentemente brutal. Estamos todos presos dentro do salão. Sinto vontade de ir embora e cheiro de perigo no ar.
1 Comment